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segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Grandes Máquinas Que Impressionaram O Mundo: O Telescópio Hubble
Hubble 25
anos: conheça a história do telescópio mais antigo do espaço
No dia 24 de abril, o satélite Hubble completou 25 anos. O
Telescópio Espacial foi lançado em 1990 pela Administração Nacional da
Aeronáutica e do Espaço (NASA) na Estação Kennedy, na Ilha Merritt, nos Estados
Unidos. Durante a missão, mais de 1 milhão de observações já foram registradas
e serviram de fonte para a publicação de cerca de 12 mil artigos científicos. O Hubble é capaz de completar uma órbita ao redor da Terra em
cerca de 95,5 minutos na velocidade média de 28 mil quilômetros por hora. Ou
seja, o instrumento astronômico pode dar 14 voltas no planeta Terra dentro de
24 horas. O site SATVIEW exibe, em tempo real, o percurso do satélite e mostra
dados de latitude, longitude, a distância entre o observador e o objeto,
altitude, velocidade e, por fim, o azimute e a elevação - coordenadas
necessárias para saber a posição do céu em que devemos olhar ou apontar uma
antena.
Legado
Um dos marcos do Hubble é a medição precisa da distância das cefeídas
- estrelas com luminosidades variáveis que determinam o ritmo de expansão do
universo e sua idade. A interação entre as propriedades das galáxias mais
próximas e a massa dos buracos negros encontrados em seus núcleos. Em 1994, o satélite captou um momento histórico no mundo da
astronomia: a colisão do cometa Shoemaker-Levy 9 com Júpiter. Os registros do
planeta foram os mais nítidos desde a passagem da nave robótica Voyager 2 em
1979. Recentemente, o telescópio descobriu a existência de água em Ganimedes, a
lua de Júpiter. Além destes fatores, o objeto também ajudou na popularização da
ciência, já que suas atividades são úteis para informar o público sobre os
acontecimentos mais marcantes dos corpos celestes.
História
Até o lançamento do Hubble, o instrumento científico mais
importante na astronomia era a luneta de Galileu Galilei. Da mesma forma que a
invenção do século XVII proporcionou um avanço significativo para a civilização,
o telescópio deu um salto ainda maior e trouxe uma nova visão do universo.
Medindo 13,3 metros de comprimento, 2,4 metros de diâmetro e pesando 24.500
libras, o satélite gera cerca de 10 terabytes de dados por ano a 569
quilômetros acima da superfície da Terra. Seu objetivo é investigar as
características físicas e dinâmicas dos corpos celestes, observar a estrutura
das estrelas e galáxias e estudar a história da evolução do universo. Nesses 25 anos, a Nasa já enviou cinco missões de reparos técnicos
ao objeto, sendo a última em maio de 2009. Segundo Felicia Chou,
relações-públicas da agência, Hubble continuará em órbita até 2030,
aproximadamente. O motivo da desativação é o lançamento do telescópio sucessor
James Webb, previsto para 2018.
O que é um
telescópio?
O telescópio é usado para observar objetos de longe e calcular a
dimensão deles. O neerlandês Hans Lippershey tentou produzir a ferramenta, em
1608, para ser utilizado nas guerras. Um ano depois, Thomas Harriot descobriu o
projeto e resolveu aprofundar sua utilidade, quando ficou conhecido como o
primeiro homem a usar o instrumento para fins astronômicos. Galilei foi quem
viu, pela primeira vez, as fases de Vênus, os satélites de Júpiter, a natureza
da Via Láctea, as infinitas estrelas e vários fenômenos. No decorrer do tempo,
novas versões foram aparecendo e, hoje, existem vários tipos de telescópios:
refrator, refletor e o catadióptrico. Entenda como ele funciona. No refrator, a
luz transpassa a lente e converge para uma segunda lente, onde observamos o
objeto. O refletor capta a luz do objeto e reflete em um espelho côncavo. Daí,
a imagem vai para um segundo espelho, que envia para o observador. Já o
catadióptrico é uma mistura dos dois tipos: a base é de espelhos, mas tem
lentes corretoras.
As 10 maiores
descobertas do Hubble
Na primeira missão de reparo do Hubble, em
dezembro de 1993, os astronautas Story Musgrave (no braço mecânico), Jeffrey
Hoffman (no compartimento de carga) e outros consertaram o notório defeito no
espelho e abriram caminho para muitas descobertas incríveis. Poucos telescópios na história tiveram um efeito tão profundo na pesquisa
astronômica como o Telescópio Espacial Hubble. Ainda assim, sua influência não
é a que a maioria das pessoas imagina. Em geral, ele não fez descobertas
singulares mas transformou antigas suspeitas e pistas obtidas em observações de
solo em certezas. O Hubble funcionou em parceria com outros observatórios para
construir uma visão multifacetada do Cosmos. Forçou físicos teóricos a
substituir teorias grosseiras por outras que explicassem os fenômenos
astronômicos com muito mais detalhe. Em suma, o Hubble não foi extremamente
influente por se distanciar de outros instrumentos e técnicas, mas por se
integrar intensamente com eles. Em abril, o telescópio completou seu 16o aniversário no espaço. Seus feitos,
tanto o de fornecer detalhes sem precedentes aos astrônomos quanto o de
proporcionar um vislumbre das maravilhas do Universo a lares espalhados pelo
mundo, foram de certo modo ofuscados recentemente pelo debate sobre seu futuro.
Enquanto a Nasa luta para retomar os vôos dos ônibus espaciais, o Hubble
continua se deteriorando. A menos que astronautas possam ir até lá e
reformá-lo, o telescópio pode atingir o fim de sua vida útil já em meados de
2008. A chegada a essa encruzilhada me levou a avaliar a última década e meia
do Hubble - e da astronomia - que muitos pesquisadores consideram a época áurea
de seu campo. Apresento abaixo minha seleção (confessamente tendenciosa) das dez
contribuições mais significativas do Hubble, de suas revelações sobre objetos
pequenos como planetas, até galáxias e o Universo como um todo. É extremamente
difícil fazer justiça num curto artigo a contribuições tão abundantes. No
momento em que escrevo, seu arquivo de dados contém mais de 27 terabytes e
cresce a um ritmo de 390 gigabytes por mês. Essas informações foram a base para
6.200 artigos científicos. Além disso, o telescópio continua a produzir ciência
de surpreendente qualidade. Em parceria com outros observatórios nos últimos
meses, ele descobriu dois novos possíveis satélites de Plutão, uma inesperada
(e paradoxal) galáxia de grande massa no Universo primordial e um companheiro
de massa planetária de uma anã marrom - estrela pouco mais pesada que um
planeta. Somos afortunados por viver numa era em que pela primeira vez estão
sendo reveladas características do Universo que, até recentemente, a humanidade
conseguia sondar apenas com a imaginação.
1- A Grande Colisão de Cometas
Da perspectiva cósmica, o impacto do cometa
Shoemaker-Levy 9 com Júpiter era irrelevante: a superfície dos planetas e
satélites já indicava que o Sistema Solar era uma galeria de tiro. Da
perspectiva humana, no entanto, a colisão foi um evento singular: acredita-se
que um cometa se choque com um planeta apenas uma vez a cada mil anos, em média.Um
ano antes do fim trágico do Shoemaker-Levy 9, as imagens do Hubble revelaram
que ele havia se quebrado em mais de 20 fragmentos, um "colar de
pérolas". O primeiro fragmento mergulhou na atmosfera de Júpiter em 16 de
julho de 1994, seguido pelos demais durante a semana seguinte. As imagens
mostravam saliências parecidas com cogumelos nucleares no horizonte de Júpiter,
se alastrando e despencando nos dez minutos subseqüentes ao impacto. As marcas
resultantes persistiram por meses. A raridade dessas imagens já as torna
valiosas. As fotos levantaram uma dúvida intrigante sobre a composição do
gigante gasoso. Em um local, as ondas se propagaram a 450 metros por segundo. A
explicação mais aceita é a de que elas são ondas de gravidade, em que a força
restauradora é a flutuação, como acontece quando se tenta forçar um pedaço de
madeira para dentro d`agua e ele vibra para cima e para baixo. Se é esse o
caso, as propriedades das ondas indicam que a proporção de oxigênio para
hidrogênio na camada da atmosfera joviana onde se propagaram é dez vezes maior
que no Sol. Porém, se Júpiter se formou do colapso gravitacional de um disco de
gás e poeira primordial, como algumas teorias postulam, ele deveria ter a mesma
composição do resto do disco - portanto similar à do Sol. O mistério segue sem
solução.
2- Planetas Extra-solares
Em 2001, a Sociedade Astronômica Americana
pediu que astrônomos planetários votassem no que consideravam ser a maior
descoberta da década anterior. Eles elegeram a detecção de planetas fora do
nosso Sistema Solar. Hoje, conhecem-se cerca de 180 deles. A maioria foi
localizada por telescópios em terra ao observar o pequeno vaivém causado pelo
puxão gravitacional de um planeta girando em torno de sua estrela-mãe. Porém,
essas observações oferecem pouquíssima informação: só o tamanho e a
elipticidade da órbita do planeta, além de um limite mínimo para sua massa. O
Hubble deu seguimento a essas descobertas, concentrando-se em planetas cujos
planos orbitais estão alinhados com nossa linha de visão, o que faz com que
passem periodicamente na frente de suas estrelas e reduzam seu brilho - em
evento conhecido como trânsito. Ele observou o primeiro planeta desse tipo
descoberto, companheiro da estrela HD 209458, e obteve as informações mais
detalhadas sobre um planeta fora do nosso Sistema Solar. O planeta é 30% mais
leve que Júpiter, ainda que 30% maior em diâmetro, provavelmente porque a
intensa radiação de sua estrela-mãe o fez inchar. Os dados do Hubble são tão
precisos que seriam capazes de revelar anéis largos ou satélites grandes ao
redor do planeta se eles existissem. O mais impressionante é que o Hubble
conseguiu as primeiras medições da composição de um mundo ao redor de outra
estrela. A atmosfera do planeta contém sódio, carbono e oxigênio, e o hidrogênio
está evaporando para o espaço para criar uma cauda semelhante à dos cometas.
Essas observações servem como base para buscas por sinais químicos de vida em
outras partes da galáxia.
3- Espasmos Estelares
A física estelar prevê que uma estrela com
massa entre oito e 20 vezes a do Sol termine seus dias numa explosão de
supernova. Quando seu combustível se exaure, abruptamente ela perde a longa
luta para segurar seu próprio peso. Seu núcleo entra em colapso para formar uma
estrela de nêutrons - um corpo inerte e hiperdenso - e as camadas exteriores de
gás são ejetadas a 5% da velocidade da luz. Entretanto, tem sido difícil testar
essa teoria, pois desde 1680 nenhuma supernova ocorreu em nossa galáxia. Porém,
em 23 de fevereiro de 1987 os astrônomos presenciaram um evento quase ideal:
uma supernova em uma das galáxias-satélite da Via Láctea, a Grande Nuvem de
Magalhães. O Hubble foi lançado só três anos depois, mas a partir daí ele pôde
acompanhar a evolução da explosão. Ele não tardou a descobrir um sistema com
três anéis ao redor da estrela moribunda. O anel central parece ser a cintura
estreita de uma emissão de gás em forma de ampulheta, e os anéis maiores são as
bordas dos dois lóbulos em forma de gota, evidentemente criados pela estrela
algumas dezenas de milhares de anos antes de explodir. Em 1994, o Hubble
começou a ver uma seqüência de pontos iluminados ao longo do anel central: eram
as ejeções da supernova que atingiam esse anel. Ao contrário das estrelas de alta massa, astros como o Sol têm morte mais
serena: eles ejetam suas camadas exteriores de gás em um processo não-explosivo
que leva cerca de 10 mil anos. Ao ser gradualmente exposto, o núcleo central
quente da estrela emite radiação que ioniza o gás ejetado, criando nele um
feérico brilho esverdeado (emitido por oxigênio ionizado) e avermelhado
(hidrogênio ionizado). Por razões históricas, o resultado é erroneamente
chamado de nebulosa planetária. Conhecem-se cerca de 2 mil delas atualmente. O
Hubble revelou algumas extraordinariamente complexas, com detalhes sem
precedentes. Algumas dessas nebulosas exibem um conjunto de anéis concêntricos
que lembram um olho-de-boi, e possivelmente indicam que o processo de ejeção
talvez não fosse contínuo, e sim episódico. Estranhamente, calcula-se o tempo transcorrido
entre os episódios de ejeção em cerca de 500 anos, período longo demais para
ser explicado por pulsações dinâmicas (em que a estrela contrai e expande, num
conflito brando entre a gravidade e a pressão do gás) e muito curto para
representar pulsações térmicas (em que a estrela é levada para fora do
equilíbrio). A natureza exata dos anéis observados é, portanto, desconhecida.
4- Nascimentos Estelares
Há muito tempo os astrônomos sabem que
feixes estreitos e fluidos de gás são sinais típicos de formação estelar. O
nascimento de uma estrela pode gerar um par de jatos colimados com vários
anos-luz de extensão. Ainda não se sabe exatamente como isso acontece. A
hipótese mais promissora envolve a influência de um campo magnético em larga
escala sobre o disco de gás e poeira que envolve o novo objeto. As linhas do
campo magnético forçam material ionizado a seguir determinado curso, como
contas em um colar giratório. O Hubble reforçou essa visão teórica ao fornecer
a primeira evidência direta de que esses jatos efetivamente se originam no
centro do disco. Outra expectativa, que o Hubble desmentiu, era a de que os discos
circunstelares estivessem profundamente imersos em suas nuvens-mães, sendo
portanto impossíveis de ver. De fato, o telescópio espacial revelou dezenas de
discos protoplanetários, muitas vezes como silhuetas contra o fundo de
nebulosa. Pelo menos metade das estrelas jovens observadas possui esses discos,
demonstrando que a matéria-prima para a formação de planetas está disponível em
todas as partes da galáxia.
5- Arqueologia Galáctica
Os astrônomos crêem que galáxias grandes
como a Via Láctea ou nossa vizinha Andrômeda cresceram pela assimilação de
outras menores. O registro desse passado atribulado deve ser encontrado no
arranjo, idade, composição e velocidade de suas estrelas. O Hubble foi
fundamental na decifração dessa história. Um exemplo disso é a observação do
halo estelar de Andrômeda, a nuvem tênue e esférica de estrelas e aglomerados
estelares que circunda o disco galáctico. Os astrônomos descobriram que as
estrelas daquele halo têm as mais variadas idades: as mais velhas têm de 11
bilhões a 13,5 bilhões de anos, enquanto as mais novas têm de 6 bilhões a 8
bilhões de anos. Estas são como crianças num asilo. Devem provir de alguma galáxia
mais jovem (como uma galáxia-satélite que foi assimilada) ou de alguma região
mais jovem da própria Andrômeda (ou seja, do disco, se ele foi perturbado por
uma galáxia em trânsito ou em colisão). O halo da Via Láctea não contém número
significativo de estrelas comparativamente jovens. Assim, as imagens do Hubble
sugerem que a Via Láctea e Andrômeda, apesar do aspecto semelhante, tiveram
histórias muito diferentes.
6- Abundância de Buracos Negros Gigantes
Desde os anos 60 os astrônomos raciocinavam
que os quasares e núcleos galácticos ativos - os centros violentos e brilhantes
das galáxias - eram alimentados por buracos negros gigantes engolindo matéria.
As observações do Hubble confirmaram essa visão geral. Quase toda galáxia
observada cuidadosamente revelou um buraco negro em seu centro. Duas
descobertas foram particularmente importantes. Em primeiro lugar, imagens de
alta resolução de quasares revelaram que eles residem em galáxias elípticas
brilhantes ou em pares de galáxias interagindo, o que sugere que uma
determinada seqüência de eventos é necessária para alimentar um buraco negro
central. Segundo, a massa do buraco negro gigante está estreitamente associada
à massa do bojo esférico de estrelas adjacentes ao centro galáctico. Essa
correlação sugere que a formação e a evolução de uma galáxia e seu buraco negro
central estão intimamente ligadas.
7- As Maiores Explosões
As explosões de raios gama (GRBs, do inglês
gamma ray bursts) são curtos disparos de raios gama que duram de poucos
milissegundos a dezenas de minutos. Existem duas classes distintas de GRB,
dependendo de sua duração ser superior ou inferior a dois segundos. As longas
produzem fótons com menor energia que as curtas. Dados do Observatório Compton
de Raios Gama, do satélite de raios X BeppoSAX e de observatórios em terra
indicam que os disparos de longa duração resultam do colapso do núcleo de
estrelas com massa grande e vida relativamente curta - em outras palavras, de
um tipo de supernova. Sendo assim, seria preciso explicar por que apenas uma
pequena fração das supernovas produzem GRBs. O Hubble descobriu que apesar das
supernovas ocorrerem em todas as regiões galácticas com formação estelar, as
GRBs de longa duração se concentram em poucas regiões muito brilhantes, onde as
estrelas maiores se localizam. Além disso, comparadas com as galáxias que
abrigam supernovas, as hospedeiras de GRBs longas são consideravelmente menos
brilhantes, mais irregulares e pobres em elementos pesados. Isso é importante
porque estrelas grandes deficientes em elementos pesados geram ventos estelares
mais fracos do que suas equivalentes abundantes nesses elementos. No curso de
sua vida, elas retêm uma proporção maior de sua massa; ao morrer, são
relativamente mais pesadas. O colapso de seu núcleo tende a produzir não uma
estrela de nêutrons, mas um buraco negro. De fato, os astrônomos atribuem as
GRBs longas a jatos colimados gerados por buracos negros em rotação. Os fatores
que determinam se um núcleo estelar emitirá uma GRBs parecem ser a massa e
velocidade de rotação de uma estrela no momento de sua morte. Identificar
disparos de curta duração se mostrou mais difícil. Apenas no ano passado alguns
foram finalmente detectados pelos satélites HETE 2 e Swift. O Hubble e o
Observatório Chandra de Raios X revelaram que a energia total liberada por
esses disparos é menor do que a das GRB de longa duração, apesar de seus fótons
serem mais energéticos. As GRBs curtas também ocorrem em uma variedade maior de
galáxias, incluindo as elípticas, onde a formação de estrelas cessou.
Aparentemente, elas surgem da fusão entre duas estrelas de nêutrons ou entre
uma estrela de nêutrons e um buraco negro.
8- O Limite do Espaço
Um dos grandes objetivos da astronomia é
entender o desenvolvimento das galáxias e suas precursoras até a época mais
próxima possível do Big Bang. Para ter uma idéia do que a Via Láctea foi no
passado, os astrônomos obtêm imagens de galáxias em vários estágios de
evolução, da infância à velhice. Para isso, o Hubble produziu, em coordenação
com outros observatórios, imagens de longa exposição de pequenos pedaços do céu
- o Campo Profundo do Hubble, o Campo Ultraprofundo do Hubble e o Levantamento
Profundo do Céu Primordial por Grandes Observatórios - para mostrar as galáxias
mais distantes (e mais antigas). Essas imagens supersensíveis revelaram
galáxias que existiam quando o Universo tinha apenas algumas centenas de
milhões de anos, cerca de 5% de sua idade atual. Essas galáxias eram menores e
mais irregulares que as modernas, um resultado esperado se supõe que as
galáxias atuais resultaram da união de outras menores (e não da fragmentação de
galáxias maiores). Penetrar mais ainda no passado é a principal meta do
sucessor do Hubble, o Telescópio Espacial James Webb, atualmente em construção.
As observações do céu profundo também revelaram a variação na taxa de formação
de estrelas no Universo como um todo ao longo do tempo cósmico. Essa taxa
parece ter atingido um pico 7 bilhões de anos atrás e caído para 10% do pico
desde então. Surpreendentemente, quando o Universo tinha somente 1 bilhão de
anos, a taxa de formação de estrelas já era alta - cerca de um terço de seu
valor de pico.
9- A Idade do Universo
Observações feitas por Edwin Hubble e
outros na década de 20 mostraram que vivemos num Universo em expansão. As
galáxias estão se afastando umas das outras num padrão sistemático, o que
implica que o próprio tecido do espaço esteja se esticando. A constante de
Hubble (H0) é uma medida da taxa atual de expansão, que é o parâmetro-chave
para determinar a idade do Universo. O raciocínio é simples: H0 é o ritmo em
que as galáxias estão se afastando umas das outras; portanto, negligenciando
qualquer aceleração ou desaceleração, o inverso de H0 estabelece o tempo
transcorrido desde que elas estiveram todas reunidas. O valor de H0 também tem
um papel na formação das galáxias, na produção de elementos leves (hidrogênio e
hélio) e na duração de certas fases da evolução cósmica. Não deveria
surpreender, portanto, que desde o início a medição precisa da constante de
Hubble fosse a principal meta do telescópio espacial homônimo. Na prática,
encontrar esse valor envolvia medir corretamente a distância até galáxias próximas
- uma tarefa notoriamente difícil que produziu muita controvérsia durante todo
o século XX. O telescópio realizou o estudo definitivo das variáveis cefeídas -
estrelas cujas pulsações peculiares revelam seu brilho intrínseco e, com isso,
sua distância - em 31 galáxias. O valor resultante de H0 tem precisão de cerca
de 10%. Junto com medições do fundo cósmico de microondas, o valor da constante
de Hubble indica uma idade de 13,7 bilhões de anos para o Universo.
10- O Universo Acelerado
Em 1998, duas equipes independentes de
astrônomos soltaram uma notícia bomba: a expansão do Universo está se
acelerando. Os astrônomos geralmente presumiam que ela deveria estar
desacelerando, porque a atração gravitacional mútua entre as galáxias deveria
frear sua separação. O motivo da aceleração é considerado o maior mistério da
física atualmente. Uma hipótese provisória é a de que o Universo contém um
constituinte até o momento não detectado conhecido como energia escura. Uma
combinação de observações do fundo de microondas, de observatórios em terra e
do Hubble, sugere que essa energia escura responde por três quartos da
densidade de energia total do Universo. A aceleração começou cerca de 5 bilhões
de anos atrás. Antes disso a expansão do Universo estava desacelerando. Em
2004, o Hubble descobriu 16 supernovas distantes situadas nesse período crucial
entre desaceleração e aceleração. Essas observações também impuseram restrições
mais severas nas hipóteses sobre o que a energia escura poderia ser. A
possibilidade mais simples (embora, de certa forma, mais misteriosa) é a de que
exista uma forma de energia inerente ao próprio espaço, mesmo quando ele está
vazio. No momento, nenhum outro instrumento é tão vital quanto o Hubble na
busca por supernovas que possam elucidar a energia escura. Sua importância no
estudo dessa hipotética energia é talvez a maior razão para os astrônomos
pressionarem a Nasa a mantê-lo funcionando.
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comentários
sábado, 24 de outubro de 2015
Grandes Máquinas Que Impressionaram O Mundo: O Concorde
Postagem
Muito Especial
Esse post dá início a uma série de postagens que pretendo fazer
sobre ciência na prática, pois sempre acreditei, desde os primórdios da minha
jornada como extremo e humilde curioso pela ciência exata, que devemos tirá-la
do papel, dar exemplos vivos ao aluno, fazendo com que ele sinta-se bem ao
aprender aquilo que geralmente considera difícil ou impossível. Esse, aliás, é
um dos principais objetivos do projeto 314. Pensei, desde o início, em
facilitar o modo como os alunos e as pessoas vêem o mundo. Agradecido por 6000 visualizações
em menos de dois meses, dou início à série grandes feitos do homem na ciência.
Rodrigo Barbosa
25/10/2015
História
do Concorde
No final da década de 50 era de interesse das agências americana, francesa, inglesa e soviética a criação de uma aeronave supersônica de transporte de passageiros. Sendo que cada um dos países possuía seu próprio projeto. Porém, no começo da década de 60, devido aos enormes custos deste tipo de projeto os governos de Inglaterra e França decidiram juntar forças. E em 28 de Novembro de 1962 foi assinado um tratado entre a companhia britânica British Aircraft Corporation (BAC) e a companhia francesa Aérospatiale, que juntas tornariam realidade o projeto da aeronave supersônica para passageiros.
No início do projeto, o Concorde tinha cerca de 100 pedidos das
companhias mais importantes do mundo, alem de Air France, Pan Am e BOAC (que
futuramente se tornou a British Airways), que eram as companhias lançadoras do
projeto do Concorde, faziam parte desta lista companhias como: Japan Airlines,
Lufthansa, American Airlines, Qantas, TWA, etc. Havia conversas até mesmo com a
Panair do Brasil.
A construção das duas primeiras aeronaves protótipos começou em fevereiro de 1965. O Concorde 001 foi construído pela Aerosptiale em Toulouse enquanto que o Concorde 002 foi construído pela BAC em Filton. O Concorde 001 decolou para seu primeiro vôo de teste em 2 de março de 1969, sendo que o primeiro vôo supersônico foi realizado no dia 1º de outubro do mesmo ano.
Em 4 de setembro de 1971 o Concorde começou a sua série de vôos de demonstração em sua turnê pelo mundo afora, inclusive inaugurando o Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth em 1973 quando a aeronave visitou os Estados Unidos. Estes vôos de demonstração fizeram com que o Concorde acumulasse um número de pedidos de mais de 70 aeronaves.
Entretanto, uma avalanche de cancelamentos nos pedidos se iniciou devido a uma conjunção de vários fatores, como: a crise do petróleo dos anos 70, dificuldades financeiras por parte dos parceiros das companhias aéreas, a queda do concorrente russo do Concorde, o Tupolev Tu-144, e problemas ambientais como ruído e poluição. No final, apenas Air France e British Airways sobreviveram como únicas compradoras do Concorde.
Um Concorde da British Airways, no Aeroporto Internacional de Londres Heathrow.Ambas as companhias européias realizaram uma série de vôos testes e vôos de demonstração ao redor do globo com o Concorde a partir do ano de 1974. Nestes vôos foram estabelecidos alguns recordes aeronáuticos que ainda hoje não foram superados. No total, foram realizadas 5 335 horas de vôo com os 3 modelos do Concorde, o protótipo, o modelo de pré-produção e o modelo final de produção. No total, foram realizadas cerca de 2 000 horas de testes em vôo supersônico. Estes números são 4 vezes maiores do que qualquer outra aeronave subsônica de tamanho semelhante.
A construção das duas primeiras aeronaves protótipos começou em fevereiro de 1965. O Concorde 001 foi construído pela Aerosptiale em Toulouse enquanto que o Concorde 002 foi construído pela BAC em Filton. O Concorde 001 decolou para seu primeiro vôo de teste em 2 de março de 1969, sendo que o primeiro vôo supersônico foi realizado no dia 1º de outubro do mesmo ano.
Em 4 de setembro de 1971 o Concorde começou a sua série de vôos de demonstração em sua turnê pelo mundo afora, inclusive inaugurando o Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth em 1973 quando a aeronave visitou os Estados Unidos. Estes vôos de demonstração fizeram com que o Concorde acumulasse um número de pedidos de mais de 70 aeronaves.
Entretanto, uma avalanche de cancelamentos nos pedidos se iniciou devido a uma conjunção de vários fatores, como: a crise do petróleo dos anos 70, dificuldades financeiras por parte dos parceiros das companhias aéreas, a queda do concorrente russo do Concorde, o Tupolev Tu-144, e problemas ambientais como ruído e poluição. No final, apenas Air France e British Airways sobreviveram como únicas compradoras do Concorde.
Um Concorde da British Airways, no Aeroporto Internacional de Londres Heathrow.Ambas as companhias européias realizaram uma série de vôos testes e vôos de demonstração ao redor do globo com o Concorde a partir do ano de 1974. Nestes vôos foram estabelecidos alguns recordes aeronáuticos que ainda hoje não foram superados. No total, foram realizadas 5 335 horas de vôo com os 3 modelos do Concorde, o protótipo, o modelo de pré-produção e o modelo final de produção. No total, foram realizadas cerca de 2 000 horas de testes em vôo supersônico. Estes números são 4 vezes maiores do que qualquer outra aeronave subsônica de tamanho semelhante.
Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde começou seus vôos comerciais,
com um vôo ligando Paris ao Rio de Janeiro. Voar no Concorde era uma
experiência única. Tendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 2,5 vezes a de
qualquer aeronave de passageiros (1.150 nós contra 450 nós, sendo 1.292 nós o
recorde em 19 de Dezembro de 1985), ele foi capaz de um feito memorável: um
Concorde e um Boeing 747 da Air France decolaram ao mesmo tempo, o Concorde de
Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou em Paris, ficou uma hora no
solo e retornou à Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.
Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à grande altitude em que ele voava. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura da Terra, e a aeronave era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra e isso se fazia notar quando ela decolava após o pôr do sol de Londres e chegava à Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersônico, o Concorde emitia muito ruído e poluição e assim por muito tempo ele não pôde pousar nos EUA por causa de leis ambientais.
O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes por cerca de 24 anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Caracas, Santa Maria, Dakar, Bahrain, Cingapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos continentes, exceto a Antártica. Porém, em 25 de julho de 2000, um Concorde da Air France acidentou-se causando a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para o Concorde.
Após o acidente, o Concorde sofreu algumas modificações e 15 meses depois do acidente ele voltou ao serviço de passageiros. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram juntas encerrar os vôos comerciais do Concorde. A Air France encerrou os vôos do Concorde em 31 de maio de 2003 enquanto que a British Airways encerrou os vôos em 24 de outubro de 2003.
Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à grande altitude em que ele voava. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura da Terra, e a aeronave era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra e isso se fazia notar quando ela decolava após o pôr do sol de Londres e chegava à Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersônico, o Concorde emitia muito ruído e poluição e assim por muito tempo ele não pôde pousar nos EUA por causa de leis ambientais.
O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes por cerca de 24 anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Caracas, Santa Maria, Dakar, Bahrain, Cingapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos continentes, exceto a Antártica. Porém, em 25 de julho de 2000, um Concorde da Air France acidentou-se causando a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para o Concorde.
Após o acidente, o Concorde sofreu algumas modificações e 15 meses depois do acidente ele voltou ao serviço de passageiros. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram juntas encerrar os vôos comerciais do Concorde. A Air France encerrou os vôos do Concorde em 31 de maio de 2003 enquanto que a British Airways encerrou os vôos em 24 de outubro de 2003.
Dados
Técnicos
Dimensões do Concorde
Comprimento: 61,65 m
Envergadura: 25,6 m
Altura: 12,2 m
Lugares: 110 poltronas
Peso do Concorde
Peso Básico Operacional: 78.700 kg
Peso Maximo Zero Combustível: 92.080 kg
Capacidade de carga paga (payload): 13.380 kg
Peso Maximo de Decolagem: 185.000 kg
Peso Maximo de Pouso: 111.130 kg
Performance do Concorde
Velocidade Máxima de Operação: Mach 2.04
Velocidade Normal de Cruzeiro: Mach 2.00
Altitude Máxima de Operação: 60.000 pés
Alcance oficial: 3.700 NM ou 6.852 km (O recorde da aeronave é de 3.965 NM no vôo Washington – Nice em 11 de setembro de 1984)
Motor do Concorde
Modelo do Motor: Olympus 593 Mrk610
Fabricante do Motor: Rolls-Royce / SNECMA
Potência Máxima produzida por Motor na decolagem (pós-combustores acionados): 38.050 Lbs (170 KN)
Capacidade de Combustível: 119.500 Litros / 95.680 kg
Consumo de Combustível (1 motor em Idle, no solo): 1.100 kg/hora ou 2.400 libras/hora aprox 1.300 litros/hora
Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima "seca", no solo): 17.500 kg/hora ou 23.150 lbs/hora, aprox 39.900 litros/hora.
Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima + pós-combustor, no solo/decolagem): 38.500 kg/hora ou 49.604 lbs/hora aprox.59.750 litros/hora
Comprimento: 61,65 m
Envergadura: 25,6 m
Altura: 12,2 m
Lugares: 110 poltronas
Peso do Concorde
Peso Básico Operacional: 78.700 kg
Peso Maximo Zero Combustível: 92.080 kg
Capacidade de carga paga (payload): 13.380 kg
Peso Maximo de Decolagem: 185.000 kg
Peso Maximo de Pouso: 111.130 kg
Performance do Concorde
Velocidade Máxima de Operação: Mach 2.04
Velocidade Normal de Cruzeiro: Mach 2.00
Altitude Máxima de Operação: 60.000 pés
Alcance oficial: 3.700 NM ou 6.852 km (O recorde da aeronave é de 3.965 NM no vôo Washington – Nice em 11 de setembro de 1984)
Motor do Concorde
Modelo do Motor: Olympus 593 Mrk610
Fabricante do Motor: Rolls-Royce / SNECMA
Potência Máxima produzida por Motor na decolagem (pós-combustores acionados): 38.050 Lbs (170 KN)
Capacidade de Combustível: 119.500 Litros / 95.680 kg
Consumo de Combustível (1 motor em Idle, no solo): 1.100 kg/hora ou 2.400 libras/hora aprox 1.300 litros/hora
Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima "seca", no solo): 17.500 kg/hora ou 23.150 lbs/hora, aprox 39.900 litros/hora.
Consumo de Combustível (1 motor em potência máxima + pós-combustor, no solo/decolagem): 38.500 kg/hora ou 49.604 lbs/hora aprox.59.750 litros/hora
25
curiosidades sobre o Concorde
1 – O Concorde, foi um projeto conjunto dos governos do Reino
Unido e da França, iniciado em 1965. O supersônico havia realizado seu primeiro
vôo de prova no dia 2 de março de 1969.
2 – No início de seu revolucionário projeto, muitas companhias
aéreas demonstraram interesse na aeronave e o Concorde teve mais de 100
pedidos, porém com a crise do petróleo nos anos 70 todos foram cancelados;
3 – Somente as companhias aéreas British Airways e Air France
operaram com os Concordes;
4 – Foram produzidas 20 unidades do Concorde, seis unidades foram
para testes, e as outras 14 foram divididas entre British Airways e Air France;
5 – O Concorde ficou 27 anos em operação;
6 – Permaneceu 24 anos sem acidentes – o único acidente fatal
ocorreu no ano de 2000, em Paris, por vazamento de óleo de outra aeronave na pista
do aeroporto Charles De Gaulle;
7 – Seus vôos comerciais tiveram início em janeiro de 1976 e se
encerraram em outubro de 2003;
8 – Seu vôo comercial inicial ligava Paris ao Rio de
Janeiro, com uma escala em Dakar e durava 5 horas e meia.
9 – Atingia a velocidade Mach 2 – 2500km/h ou duas vezes a
velocidade do som;
10 – Voava mais rápido que o movimento de rotação da Terra, que é
de 1666km/h;
11 – O Concorde gastava uma tonelada de combustível por
passageiro para atravessar o Atlântico, o que fazia o seu custo operacional ser
extremamente alto;
12 – Foi considerado símbolo da aviação comercial;
13 – Até o ano de 2001 o Concorde dava lucro às companhias
aéreas, porem após os atentados no WTC (World Trade Center, em Nova York) a
demanda por vôos intercontinentais diminuiu e seus vôos não eram mais
rentáveis;
14 – O Concorde tinha janelas pequenas, poltronas estreitas e
somente 110 lugares para passageiros;
15 – Quando atingia a altitude máxima, de 60mil pés ou 18km, era
possível ver a curvatura da Terra;
16 – Em 19 de Dezembro de 1985, a aeronave realizou um feito
memorável: um Concorde e um Boeing 747 (Jumbo) da Air France decolaram ao mesmo
tempo, o Concorde de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou a Paris,
ficou uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing
747.
17 – Devido a grande altitude atingida, turbulências eram
raridades durante um vôo no Concorde;
18 – Foi considerada a aeronave mais bela já construída, com
design inovador;
19 – O concorde era pintado de branco para reduzir o imenso calor
externo gerado com o atrito com o ar;
20 – Com as cinco horas de diferença do fuso horário, passageiros
chegavam em Nova York mais cedo do que haviam deixado Londres. O Concorde
realizava o trajeto em três horas e meia!
21 – Dez mil dólares era o preço de uma passagem nos trajetos
Londres – Nova York ou Paris – Nova York;
22 – Celebridades e executivos eram os passageiros mais freqüentes
nos Concordes;
23 – O Cantor Phil Collins cantou em dois concertos no mesmo dia
no Live Aid de 1985, em Londres – Inglaterra e na Filadélfia –
Estados Unidos. Só conseguiu essa façanha por voar em um Concorde;
24 – Como o Concorde voava tão alto, não havia problemas de
congestionamento nas suas rotas;
25 – Sua pequena frota transportou cerca de 3,7 milhões de
passageiros;
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terça-feira, 20 de outubro de 2015
Grandes Cientistas: Nikola Tesla
NIKOLA
TESLA
Nikola
Tesla (1858-1943) foi um inventor austríaco que deixou importantes
contribuições para o desenvolvimento das tecnologias mais importantes dos
últimos séculos, como da transmissão via rádio, da robótica, do controle
remoto, do radar, da física teórica e nuclear e da ciência computacional.
Nikola
Tesla (1858-1943) nasceu na aldeia de Smiljan, durante o Império Austríaco,
território da atual Croácia, no dia 10 de julho de 1856. Desde pequeno, era
treinado por seu pai para desenvolver a memória e o raciocínio. Sua mãe vinha
de família de inventores. Durante sua infância dizia que via flashes de luz que
apareciam diante de seus olhos.
Em
1873 iniciou o estudo de Engenharia Elétrica, no Instituto Politécnico de Graz,
na Áustria e depois na universidade de Praga, sem haver concluído o curso. Em
1881 entrou para a companhia telefônica de Budapeste, onde começou sua carreira
de engenheiro.
Em
1882, Tesla descobriu o campo magnético rotativo, um princípio fundamental da
física e da base de todos os dispositivos que usam correntes alternadas. Nesse
mesmo ano, trabalhou na Companhia Continental Edison, em Paris. Dois anos
depois, foi convidado para trabalhar para Thomas Edison em Nova York, para onde
se mudou.
As
divergências de opinião entre Tesla e Thomas Edison, sobre corrente contínua,
foi o motivo do desentendimento entre eles. Tesla havia criado ferramentas para
tornar viável o uso da corrente alternada, uma forma eficiente de transmitir
energia a grandes distâncias, mas perigoso em caso de acidente. Edison, que
baseava suas tecnologias na corrente contínua, era contra a “corrente assassina
de Tesla”. A corrente alternada de Tesla é a que hoje corre nos fios de alta
tensão do planeta.
Ao
todo, Nikola Tesla registrou cerca de 40 patentes nos Estados Unidos e mais de
700 no mundo todo. Suas invenções foram focadas na utilização da eletricidade e
magnetismo, entre eles: a lâmpada fluorescente, o motor de indução (utilizado
em indústrias e em vários eletrodomésticos), o controle remoto, a Bobina Tesla,
Transmissão via rádio, o sistema de ignição utilizado nas partidas dos carros,
a corrente alternativa etc.
Entre
as estranhas invenções de Nikola Tesla está uma máquina de terremotos, seu
plano era transmitir eletricidade pela crosta terrestre, de forma que em
qualquer lugar do planeta se pudesse ligar uma lâmpada simplesmente enfiando-a
na terra. Acabou falindo, quando queimou a usina elétrica e teve que pagar uma
grande indenização.
Em
1894, Nikola Tesla recebeu o doutorado Honoris Causa pela Universidade de
Columbia e Yale e a medalha Elliot Cresson, pelo Instituto Franklin. Em 1912,
Tesla recusou-se a dividir o Prêmio Nobel de Física com Edison, o que acabou
sendo dado a outro pesquisador. Em 1934, a cidade da Filadélfia concedeu-lhe a
medalha John Scott pelo seu sistema de energia polifásico. Nikola era membro
honorário da Associação Nacional de Luz Elétrica e membro da Associação
Americana para o Avanço da Ciência.
Durante
muitos anos, o hotel Waldorf Astoria, em Nova York foi a residência de Nikola,
quando ele estava no auge do poder financeiro e intelectual. Durante os últimos
dez anos de vida morou no hotel New Yorker, onde faleceu, no dia 7 de janeiro
de 1943.
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Grandes Cientistas: Marie Curie
Marie
Curie (1867-1934) foi uma cientista polonesa. Descobriu e isolou os elementos
químicos, o polônio e o rádio, com a colaboração de Pierre Curie e do professor
Antonio Becquerel. Em 1903 recebeu o Premio Nobel de Física e em 1911 recebeu o
Nobel de Química, pelas descobertas.
Marie
Curie (1867-1934) nasceu em Varsóvia na Polônia, no dia 7 de novembro de 1867.
Seu pai era professor de Física e Matemática no Ginásio de Varsóvia e sua mãe
era pianista. Ficou órfã de mãe aos 10 anos. Nessa época a Polônia era parte da
Rússia czarista e impunha restrições aos poloneses. Em 1883 Marie ganha uma
medalha de ouro ao completar o curso ginasial. Era a terceira medalha que a
família Sklodowska recebia.
Terminado
o ginásio Marie foi mandada para Cracóvia, que fazia parte do Império da Áustria.
De volta a Varsóvia começou a trabalhar como governanta para pagar os estudos
da irmã Bronya, em Paris. Depois de formada a irmã ajuda Marie a estudar na
Faculdade de Filosofia da Sorbonne em Paris. Estudou Matemática, Química,
Física, Astronomia, Poesia e Música. Depois de formada, foi a primeira colocada
para o mestrado em Física e no ano seguinte a segunda classificada para o
mestrado de Matemática.
Em
1894 conhece Pierre Curie, que trabalhava em pesquisas elétricas e magnéticas.
Um ano depois estavam casados e Marie trabalhando com o marido. Em janeiro de
1896, na Alemanha o físico Wilhem Roentgen descreve sua descoberta, o raio X.
Na França o professor Antonio Henri Berquerel trabalhava com a fosforecência e
suas experiências levaram a creditar que a pechblenda, minério de urânio,
contivesse outro elemento além do urânio. Marie, Pierre e o professor trabalham
juntos em laboratório durante vários anos.
Em
julho de 1898 Marie comunica a descoberta do novo elemento, que chamou de
polônio, como lembrança de seu país. Continuando as pesquisas descobriram o
rádio, que recebeu o nome por ter intensa radiação. Em 1903 Pierre Curi foi
nomeado professor chefe do laboratório de Química na Sorbonne. Nesse ano Marie
recebe o prêmio Nobel de Física. Em 1906, com a morte do marido, Marie Curie
assume o cargo de professora. Em 1910 conseguiu isolar o rádio no seu estado
puro. Em 1911 recebe o premio Nobel de Química.
Marie
Curie faleceu no dia 4 de julho de 1934. Seus órgãos vitais estavam
comprometidos devido a constante exposição à radiação. Um ano apos sua morte,
sua filha mais velha recebe o Premio Nobel de Química.
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21 Exercícios Sobre Elipse, Hipérbole e Parábola Com Gabarito Para Download
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015
27 Exercícios Sobre Fórmulas De Transformação Com Gabarito Para Download
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quarta-feira, 14 de outubro de 2015
28 Exercícios Sobre Movimento Circular Uniforme Com Explicação Para Download
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segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Ayrton Senna Da Silva: O Brasileiro Sem Limites
AYRTON Senna
Da Silva
(21/03/1960 /
01/04/1994)
O Brasileiro
Sem Limites
Na primeira vez em que pilotou um
carro da equipe Williams, Ayrton Senna classificou o evento como uma
experiência incrível: "Foi em Donnington Park, um dia depois do GP da
Inglaterra, em julho de 1983. Parecia um sonho ver de perto aquela tremenda máquina,
altamente sofisticada, campeã do mundo, um privilégio permitido a apenas dois
pilotos. Naquele dia, a Williams não era de ninguém. Era só minha. Liguei o
carro, bati o recorde da pista, uma grande recordação."
Filho de um empresário do ramo
metalúrgico, Ayrton Senna da Silva desde cedo interessou-se por carros de
corrida.
Aos quatro anos, ganhou de
presente um pequeno kart de 1 HP, com o qual começou a brincar no pátio da
empresa de seu pai. Três anos depois, passou a treinar no kartódromo de
Interlagos, em São Paulo.
Com oito anos, Ayrton Senna
correu pela primeira vez num kart profissional, competindo com adultos. Em
1974, foi campeão paulista na categoria júnior, conquistando o título de
campeão brasileiro na mesma categoria no ano seguinte.
Conquistou diversos títulos no
kart, chegando a campeão sul-americano, e foi duas vezes vice-campeão mundial,
em 1979 e 1980. Em novembro desse ano, Ayrton Senna fez testes para ingressar
na equipe Van Dieman, de Fórmula 1600, na Inglaterra. Participou de diversas
competições, obtendo várias vitórias. No ano seguinte, por um breve intervalo,
voltou ao Brasil, disposto a assumir os negócios na empresa de seu pai, mas
logo retornou à Inglaterra.
Em 1982, Senna disputou o Campeonato
Europeu 1600. Nesse mesmo ano, transferiu-se para a Fórmula Fiat 2000. A
entrada de Ayrton Senna na Fórmula 1 começou em 1983, quando disputou a Fórmula
3 na Inglaterra. Bem-sucedido nessa temporada, obteve propostas para competir
na McLaren e na Williams. Acabou escolhendo uma equipe pequena, a Toleman.
Em 1985, Senna passou a competir
pela Lotus, uma equipe de tamanho médio com a qual preparou o salto que daria
em sua carreira. Na Lotus, disputou 48 grandes prêmios entre 1985 e 1987,
vencendo seis vezes. Passou a competir com pilotos consagrados, como Alain
Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet.
Senna acertou sua entrada na
McLaren Honda em 1987. Com tecnologia de ponta, a McLaren associava
aerodinâmica e potência. Com ela, Ayrton Senna foi campeão mundial em 1988. Foi
vice, em 1989 e novamente campeão nos anos de 1990 e 1991. Nessa época, a
inimizade entre Senna e o também piloto da McLaren Alain Prost tornou-se
pública.
O ano de 1992 marcou a decadência
da equipe da Honda. Senna teve problemas em várias provas e acabou a temporada
em quarto lugar. No ano seguinte, Senna despediu-se da McLaren, completando uma
prova pela última vez, em Adelaide, na Austrália. O campeão mundial
transferiu-se para a Williams em 1994, numa transação de 20 milhões de dólares.
No dia 1o de maio,
Senna liderava a prova no circuito de Imola, na Itália, quando saiu da pista na
curva Tamburello e bateu no muro de proteção a 210 km/h. Foi socorrido na
pista. Quando a equipe médica chegou, porém, o piloto já estava em coma.
No dia 4 de maio de 1994, seu
corpo chegou ao Brasil. Consternada, a população de São Paulo assistiu ao
cortejo fúnebre que foi do aeroporto à Assembléia Legislativa. Coberto com uma
bandeira do Brasil, o corpo do campeão foi velado por milhares de pessoas, recebendo
honras de Chefe de Estado. Em dez anos de Fórmula 1, Ayrton Senna disputou 161
corridas, venceu 41 e conquistou 65 pole positions (primeira posição de
largada). O impacto de sua morte ainda hoje entristece os brasileiros.
10 CURIOSIDADES SOBRE AYRTON SENNA
1. O apelido de Ayrton
Senna na infância era Beco. Ele queria ser chamado de "Becão". Senna
ganhou um mini-kart construído pelo pai aos quatro anos.
2. Ayrton usava as
cores do Brasil no seu capacete. Em 1978, quando foi disputar o Campeonato
Mundial de Kart, na Europa, as regras da competição exigiam que os capacetes
dos pilotos tivessem as cores do país de origem do participante. Ele decidiu
manter a tradição na F-1.
3. No ano de
1983, Senna correu uma prova inteira de Fórmula 3 na Inglaterra com o carro sem
freios. Os mecânicos, a princípio, não acreditaram, mas ao verificar as
pastilhas viram que elas estavam geladas.
4. O circuito
inglês de Silverstone, onde ele venceu nove provas seguidas na Fórmula 3, foi
apelidado de Silvastone, numa referência ao sobrenome Silva do piloto
brasileiro.
5. Ainda na
Fórmula 3, em 1983, o piloto brasileiro foi convidado por Frank Williams para
testar um dos carros de sua equipe no Autódromo de Donington Park, na
Inglaterra. Senna fez tempos melhores que os pilotos oficiais da equipe, Keke
Rosberg e Jacques Laffite.
6. Na primeira
temporada de Fórmula 1, em 1984, pilotando uma irregular Toleman, Senna ficou
em segundo lugar no GP de Mônaco, atrás de Alain Prost, da McLaren. Chegou a
ultrapassar Prost, mas o diretor da prova - o ex-piloto belga Jacky Ickx -
alegou que a havia interrompido antes por causa da chuva
7. Em 5 de
novembro de 1984, Ayrton Senna, recém-contratado pela Lótus, acordou com o lado
direito do rosto totalmente paralisado. Estava na Inglaterra. A primeira
sensação foi a de um derrame. Mas tudo não passou de uma paralisia facial.
Senna fez massagens e usou uma medicação à base de cortisona. Teve uma recaída
ao dormir num hotel carioca com o ar condicionado ligado. O piloto só se
recuperou totalmente em fevereiro de 1985.
8. Dois dias antes do
GP Brasil de 1987, Ayrton Senna recebeu do Ministério da Aeronáutica o título
de piloto de caça honorário da Força Aérea Brasileira. Senna retribuiu a
homenagem colando em seu capacete o símbolo do Esquadrão do Primeiro Grupo de
Caça, equipe de elite da FAB, que adota como lema o famoso "Senta a
Pua", usado pelos nossos pilotos na Segunda Guerra Mundial.
9. Ao longo de
sua carreira, Ayrton Senna conquistou 41 vitórias (19 de ponta a ponta), 161
GPs, 2.750 voltas na liderança, 65 poles e 3 títulos mundiais.
10. Em março de 1995, o
capacete que Ayrton Senna usou ao conquistar seu primeiro título de Fórmula 1
(1988) foi a leilão. O lance vencedor foi de 45 mil dólares e o capacete tinha
os autógrafos de Senna e Xuxa.
FRASES DE AYRTON SENNA
“Na adversidade, uns desistem, enquanto outros batem recordes.”
“Quando penso que
cheguei ao meu limite, descubro que tenho forças para ir além.”
“Deus é forte, Ele é grande, e quando Ele quer não
tem quem não queira.”
“O importante é ganhar. Tudo e
sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura
demagogia.”
“No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, à
dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem-feita ou não faz.”
“Deus é o dono de tudo. Devo a Ele a oportunidade que tive de
chegar aonde cheguei. Muitas pessoas têm essa capacidade, mas não têm essa
oportunidade. Ele a deu para mim, não sei por quê. Sei que não posso
desperdiçá-la.”
“O brasileiro só aceita título se for de campeão. E eu sou
brasileiro.”
“Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e
competência.”
“Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das
nações e do planeta seja digno.
“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha
na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita
determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um
dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.”
Instituto Ayrton Senna
O Instituto Ayrton
Senna é uma ONG brasileira
criada pela família Senna em 1994 tendo como presidente Viviane Senna,
empresária e irmã do tricampeão de Fórmula 1. O Instituto concretiza o sonho de
Ayrton Senna de ajudar o Brasil a diminuir as desigualdades sociais, criando
oportunidades de desenvolvimento humano a crianças e jovens por meio da
educação. Anualmente a organização capacita 60 mil educadores e seus programas
beneficiam diretamente cerca de 2 milhões de alunos em mais de 1.300 municípios
nas diversas regiões do Brasil.
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Grandes Cientistas Brasileiros: Marcos Cesar Pontes
Marcos Cesar Pontes
Desde criança Marcos César Pontes
(11/03/1963, ...) passava horas olhando para o céu. Gostava de ir ao Aeroclube
de Bauru para ver a Esquadrilha da Fumaça e de visitar a Academia da Força
Aérea, onde seu tio trabalhava. Seu pai, Virgílio de Pontes, era funcionário do
Instituto Brasileiro do Café e sua mãe, Zuleika Navarro Pontes, funcionária da
Rede Ferroviária Federal (RFFSA).
Marcos estudou em escolas
públicas em Bauru. Aos 14 anos matriculou-se no curso de formação profissional
da Rede Ferroviária Federal & Senai e iniciou o curso de eletricista.
Durante três anos ele trabalhou na RFFSA durante o dia, treinou judô no Sesi e
fez o curso de técnico em eletrônica no Liceu Noroeste.
Em 1981 Marcos ingressou na
Academia da Força Aérea, sendo classificado como o segundo colocado no país.
Fez cursos de paraquedismo de emergência, sobrevivência no mar e também o seu
primeiro voo, a bordo do Uirapuru PP-KBS. Nos anos seguintes conseguiu o
sonhado "brevê" de piloto e a espada de oficial da Força Aérea
Brasileira.
Após a conclusão do curso na
AFA, Marcos foi designado para o curso de caça em Natal-RN. Foi nessa época que
conheceu sua esposa Francisca de Fátima Cavalcanti, com quem iniciou uma vida
em comum, num pequeno apartamento alugado. Em 1986, foi transferido para o
"Esquadrão Centauro" em Santa Maria (RS), onde permaneceu por três
anos e onde comemorou o nascimento de seu filho Fábio.
Em Dezembro de 1989
transferiu-se com a família para São José dos Campos onde cursou engenharia
aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA. No ano novo de 1990,
sua filha Ana Carolina nasceu.
Em 1994 iniciou o curso de
ensaios em voo da Divisão de Ensaios em Voo do Instituto de Aeronáutica e
Espaço - IAE/CTA. Entre 1994 e 1996 foi piloto de prova de aviões, chefe da
Subdivisão de Sistemas Bélicos e da Subdivisão de Segurança de Voo. Participou
em várias campanhas de ensaios em voo como o desenvolvimento do míssil ar-ar
nacional - MAA1, testes de performance em manobra das aeronaves T-27 da
Esquadrilha da Fumaça, F5-E Tiger, F-15 Eagle, F-16 Falcon, F-18 Hornet, Mig-29
Fulcrum, entre outras.
Em 1996 foi indicado para o
mestrado na Naval Postgraduate School em Monterey na Califórnia. Levou a
esposa, os dois filhos, cinco malas e um cachorro.
Em junho de 1998, Marcos foi
selecionado para o programa espacial da NASA, para a candidatura a que o país
tinha direito, pelo fato de integrar o esforço multinacional de construção da
Estação Espacial Internacional (ISS). Iniciou o treinamento no Johnson Space
Center, em Houston e em 2000 foi declarado "astronauta da NASA".
Enquanto esperava por ser
lançado ao espaço, Pontes foi designado para o Escritório de Astronautas para
Operações na Estação Orbital, onde trabalhou no setor de missões técnicas. Em
outubro de 2005, durante uma visita oficial do presidente Luis Inácio Lula da
Silva à Rússia, foi assinado um acordo de cooperação entre os dois países,
possibilitando o envio de Marcos Pontes à Estação Espacial Internacional.
Entre outubro de 2005 e abril
de 2006, na agência espacial de Roscosmos na Cidade das Estrelas, Rússia, o
astronauta brasileiro se preparou para a missão Centenário, que recebeu esse
nome em homenagem aos cem anos do vôo de Santos Dumont no avião 14 Bis,
realizado em 1906.
Em 30 de março de 2006, Marcos
Pontes, acompanhado do russo Pavel Vinogradov e do norte-americano Jeffrey
Williams, partiu da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa
Soyuz TMA-8. A nave se aclopou à Estação Espacial na madrugada de 1º de abril.
Durante um período de oito dias, Marcos Pontes realizou uma série de
experimentos para a Agência Espacial Brasileira (AEB).
Todos os brasileiros, incluindo
seu pai, seu irmão Luiz Carlos e sua irmã Rosa Maria puderam acompanhar a
missão pela televisão. Marcos retornou no dia 8 de abril na nave Soyuz TMA-7,
junto com o russo Valery Tokarev e o americano William McArthur. Por sua
simpatia Marcos Pontes foi comparado pela imprensa russa a Yuri Gagarin.
Alguns meses depois da viagem,
deu baixa da Força Aérea Brasileira para dedicar-se a palestras e à vida
profissional própria. O episódio gerou polêmica e o astronauta foi acusado
injustamente de oportunismo. No entanto, Pontes justificou sua conduta
comprovando que, por motivos inerentes à carreira militar, não podia mais
ascender na hierarquia da FAB.
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